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Wednesday, October 25, 2006

Et tu, Claude?


Pois é, dei uma da Darth Vader e acabei indo para o lado negro da força.

Como alguns se lembram, anos atrás (2004 para ser mais exato), quando a Apple finalmente soltou no mercado um computador considerável 'acessível', o velho e bom Mac Mini, comprei um de presente para a minha esposa que na época estava reclamando do micro que ela usava (um Pentium III da Micron). Após duras e longas batalhas com o Mac Mini, consegui fazer o mesmo funcionar perfeitamente na rede que tenho em casa (ok, sei que sou um caso atípico - 2 Servidores, Backup em tape toda noite, rede Gigabit, 11 computadores, dois pontos de acesso Wireless para cobrir a casa toda). Na época até pensei em abandonar Windows, etc e arrumar um Mac para mim mas por diversos motivos, não tive como fazê-lo.

Avançando no tempo, cá estamos nós em 2006. Graças à transição da Apple para a plataforma Intel (antes eles usavam processadores da IBM, os PowerPCs, que não rodavam Windows XP por exemplo), tudo ficou mais fácil para pessoas que, como eu, dependem da Microsoft. Pensei comigo, se comprar um Mac e não funcionar alguma coisa que preciso, posso instalar o Windows nele que estará tudo resolvido. E foi o que fiz.

No final, comprei dois Macs. Um Mac Pro (gabinete torre, dois processadores, etc etc) e um MacBook preto (o da foto) e até agora tem tudo funcionado como esperado. Um dos meus maiores problemas era dar um jeito de sincronizar meu telefone (que roda Windows Mobile) com os Macs. Como movi meu email para Exchange, não mais preciso fazer isso. O telefone sincroniza direto com o servidor de email pela rede de celular. Desse modo recebo meu email em qualquer lugar da terra, sem precisar do meu computador!

Valeu a pena a mudança? Bem algumas coisas eu realmente gosto nos Macs. Outras, odeio. Se temos dez dedos, porque nos notebooks da Apple o mouse tem só um botão??? Tão doidos lá na Apple???

Mas no geral, o saldo é positivo e assim sendo, fico com os Macs por enquanto... Como instalei o Windows Vista no meu laptop Sony (um Vaio VGN-T250P) essa semana e tenho usado ele bastante também, tenho certeza que a parada vai ser dura para a Apple no ano que vem...

Agora é esperar. Último caso eu dou os Macs para a molecada em casa. :-)

Wednesday, October 11, 2006

Medieval Madness



Como já havia comentado em um post anterior, tenho lá uma certa admiração por máquinas de fliperama e comecei esse ano uma coleção, de modo a trazer um pouco daquele ambiente de perdição típico dos anos 80 para o meu próprio lar.

A primeira máquina vai bem, obrigado. Não sem ter lá os seus chiliques eletrônicos que me fizeram aprender bastante sobre como essas máquinas funcionam e os problemas que vez ou outra apresentam. Hoje, depois de algumas horas de manutenção, a mesma funciona perfeitamente. E os convidados sempre apreciam uma partida de Pinball, ainda mais de graça!

Como toda a família apreciou a vinda da primeira máquina, cogitava-se a aquisição de uma segunda máquina para fazer companhia à primeira. Chegara então a hora de aumentar a coleção e há tempos vinha pensando na próxima máquina que viria a fazer parte da minha coleção. Eis que por conta do destino, surge em meu caminho uma Medieval Madness em perfeito estado!

Para quem não conhece a máquina, essa é junto da Twilight Zone (a outra máquina que tenho), a mais procurada máquina de todos os tempos por colecionadores. Primeiro por aparentemente ser uma excelente máquina (joguei muito pouco e há muito tempo, portanto não me recordo) e segundo por ter somente 4,016 exemplares no mundo todo.

A família agradece e aguarda agora ansiosamente a chegada da Medieval Madness, provavelmente na próxima semana.

Agora são somente 4,015 espalhadas pelo mundo. Se pensa em comprar uma, corra!

Vida longa ao Pinball.

Tuesday, October 10, 2006

Nove meses depois...



Incrivelmente, nove meses já se passaram desde que troquei meu carro. Parece que foi ontem!

Como tudo que compro/testo/uso eu sempre gosto de dar a minha (irrelevante) opinião, claro que cedo ou tarde acabaria escrevendo sobre a Cayenne. Pois bem, depois de 17000km e 9 meses de uso aqui vai o que eu penso sobre o carro:

- Se você procura um carro que te ofereça tudo que você pode imaginar em termos de conforto tecnológico, FUJA dos Porsches. Explicando: o que quero dizer com conforto tecnológico é tudo que um carro pode ter em termos de recursos eletrônicos para se conectar/comunicar com os mais diversos aparelhos que usamos no nosso dia-a-dia. Exemplos: telefones celulares, iPods, DVDs, etc. Hoje praticamente tudo que é carro tem como opcional um kit Bluetooth para telefones celulares. Assim quando você entra no carro com o seu telefone, o carro 'acha' o mesmo e já o conecta ao rádio/auto-falantes de modo que caso receba uma ligação pode atender sem ter que colocar suas mãos no telefone, ouvido a outra pessoa pelos auto falantes. O caso do iPod é ainda mais simples. Ligar o iPod no som do seu carro para ouvir as músicas por ele mas SEM ser por FM, de modo que possa controlar o iPod com os controles da direção ou o rádio do carro. Tem kit de terceiros para tudo que é carro e como disse muitos fabricantes já tem isso de fábrica. Esses são dois exemplos simples. E dois exemplos que NÃO funcionam nos Porsches! iPod, nem com kit de terceiros! Nenhum kit do mercado consegue se comunicar com o rádio de fábrica dos Porsches! Portanto se precisa de tudo isso, Porsche é roubada.

- Porsche não é para boiola. Se quer um carro macio, fuja deles. O bicho é meio duro (eufemismo). Mas isso ajuda a manter o carro preso no chão quando você tentar fazer aquela curva fechada a 200km/h. :-)

- O carro tem problemas com a bebida. Exato. Bebem, e bebem demais. Ao contrário da minha pessoa que bebo qualquer coisa, de qualquer qualidade (de vinho Sangue de Boi até o Chateau Petrus), o Porsche só bebe gasolina Premium. E bebe bastante. Na casa de 6.8km/litro na cidade. Ah e o tanque tem 100l. Portanto cada visita ao posto lhe faz $80 mais pobre.

- Não tem como fazer NADA em casa ou em qualquer mecânica. Tem que ser na concessionária. Até a troca de óleo não é coisa simples. Tem que dar um 'reset' no computador de bordo a cada troca (já que o carro lhe avisa quando fazer revisão) e é claro que isso só a galera da Porsche tem como fazer. E até numa troca de óleo gasta-se um bom dinheiro ($200).

Só falei coisa ruim certo? Compraria o carro de novo? Sim. Apesar dos contras todos, o carro é excelente de se dirigir, tanto na estrada como fora dela. E excelente na neve. Nunca dirigi nada igual na neve. Tentei de tudo no inverno para fazer o carro rodar e não consegui. E como o carro é pesado pacas (5,000 lbs) se eu bater sei que tenho grandes chances de sair vivo.

Se não dá a mínima para a parafernália eletrônica, e tá procurando uma SUV que ande/se comporte como um carro esporte e não tem problemas com o fato do carro ser alcólatra (gasolinólatra), a Cayenne é feita para você.

Tuesday, October 03, 2006

O maior problema de se morar do outro lado do mundo...



Não pensem vocês que morar fora do seu país é só alegria. Desde que chegamos aqui enfrentamos diversos problemas, a grande maioria resolvidos. Mas existe um que não tem solução fácil: a distância da família.

Não comentei aqui no Blog mas em Abril desse ano meu pai faleceu e cá estava eu sem poder sair. Foi complicado é claro mas já sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer enquanto estivesse fora do Brasil e que infelizmente nada poderia fazer.

Esse é um dos problemas para o qual não há solução. Deve-se levar em conta e MUITO em conta esse fator quando da decisão de imigrar ou não . Para uns isso não é um grande problema. Para outros talvez o maior dos problemas.

Mas como sempre comento, tudo na vida tem os dois lados, o bom e o ruim. O lado ruim é saber que coisas como o acima explicado podem acontecer a qualquer hora e com qualquer um de nós.
O lado bom é que quando estamos no Brasil vemos todos os amigos e todos os familiares como peças fundamentais em nossas vidas mas ao chegarmos aqui e passarmos anos distanciados, fica claro quem era realmente importante para você e quem estava lá somente por estar. A famosa peneirada acaba acontecendo naturalmente com a distância e o passar dos anos.

Resumindo: a distância é algo complicado mas cada um sente/vê isso de modo diferente. Só avalie bem esse fator quando resolver se mudar para cá.

Abraços!

Monday, October 02, 2006

Comprando a primeira casa no Canadá



Deixando de lado o fato que fiquei algumas semanas sem escrever nada, cá estou novamente escrevendo algo que acredito ser uma das prioridades do imigrante recém chegado: a compra da primeira casa.

Antes de explicar o que eu acredito ser o melhor jeito para se conseguir isso gostaria de ressaltar que independente do seu estado de imigração aqui no Canadá você pode comprar uma casa. Não é necessário ter a residência permanente. Como em todo lugar é só uma questão de ter o dinheiro...

Para quem chega a maior dificuldade é juntar dinheiro. Isso deve-se em grande parte ao fato de quando aqui chegam, os imigrantes tem que recomeçar do zero. Alugar um lugar para morar, mobiliar, arrumar um carro, etc, etc. Só despesas no começo. Assim sendo fica complicado fazer um pé de meia.

Mas ao passar essa fase inicial da saída-de-dinheiro-o-tempo-todo, como fazer para comprar o tão sonhado primeiro imóvel? Qual a melhor estratégia?

A resposta é simples: no Canadá existe algo chamado Registered Retirement Savings Plan (RRSP) o que em resumo é um fundo de pensão do Governo no qual você pode contribuir anualmente até um certo limite (um percentual do seu salário anual). O grande detalhe é que ao contribuir para o RRSP você reduz a alíquota do seu imposto de renda anual o que resulta em redução do imposto a ser pago (ou uma restituição maior). E esse dinheiro está sendo guardado numa 'poupança' para você mesmo para quando se aposentar.

O detalhe é que para a compra da primeira casa cada cônjuge pode usar até $20,000 do seu RRSP para a compra da casa. Você pode sacar os $20,000 sem pagar imposto mas tem 15 anos para devolver o dinheiro para 'você mesmo' (o que significa devolver para o seu próprio RRSP).
Assim ao invés de ir guardando o dinheiro no banco, simplesmente coloque o que pretende guardar num RRSP até que tenha os $20,000 guardados. Caso ambos façam isso terão $40,000 para dar de entrada numa casa.

O grande detalhe é que ao fazer o imposto de renda, digamos que você tenha uma restituição a receber. Quase todos os programas como o Quicktax tem algo para simular quanto seria a restituição caso tenha investido uma certa quantia no RRSP. Em muitos casos a restituição aumenta e muito já que a alíquota é reduzida. O que você faz então é pegar a restituição e reinvestir no RRSP para o próximo ano! Desse modo acaba conseguindo guardar os $20,000 muito mais rápido do que simplesmente guardar o dinheiro no banco todo mês, devido a esse efeito bola-de-neve.

Caso tenha que pagar imposto ao fazer seu imposto de renda, então o investimento no RRSP faz ainda mais sentido. O programa irá mostrar quanto tem que investir para que tenha que zerar a quantia de imposto a ser paga. Antes guardar dinheiro para você mesmo do que pagar para o Governo!

Outro detalhe é com relação à entrada que deve-se dar para a compra da casa. Oficialmente qualquer coisa (alguns bancos lhe dão financiamento com 0% de entrada). Mas na verdade o melhor caso é conseguir 25% de entrada. Com menos de 25% os bancos exigem que você pague um seguro (que basicamente paga o banco caso você não pague) o que aumenta o valor mensal a ser pago. Com os 25% de entrada o banco não exige tal seguro o que reduz a sua prestação.

Portanto lembre-se de duas coisas: se vai guardar dinheiro, guarde no RRSP. E se pretende comprar um imóvel tente juntar os 25% para pagar menos. Sei que para imóveis mais caros é complicado arrumar os 25% e do jeito que os preços de casas tem subido em Ontario em alguns casos é melhor comprar de imediato do que esperar até ter os 25%. Verifique na área que quer comprar como os preços dos imóveis variaram nos últimos 6 a 12 meses e tome a sua decisão.

Vale lembrar que a parcela mensal é somente o começo das suas despesas. :-) O equivalente ao IPTU no Brasil é uma fortuna em Ontario (muito menos em Quebéc) e a casa típica em Ottawa (avaliadas hoje em torno de $260,000) paga em média $2,500 a $3,000 anualmente em impostos. Tem gente que conheço pagando mais de $10,000 anualmente! Portanto planeje seu orçamento de acordo. :-)